Inexplicável...Talvez. Absurdo, quem sabe...
Indo para uma exposição de minha irmã chamada FINITUDE, cá estou eu a tentar inverter os ponteiros do tempo. Somos de uma mesma geração, mas nossas buscas se chocam. Não aceito ainda encarar a finitude como conseqüencia natural da vida. O que nos separa? Estamos lidando com duas pontas de uma mesma miada. Como gostaria de inverter essa finitude, transformá-la num eterno recomeço. Esquecer calendários, jogar para o alto normas, convenções e tirar do momento presente a luz que nele existe. E, vejo você tão viva, tão poética, tão lépida, coberta de cores das falésias, cuspindo vida...
No entanto, cá estou eu, total e completamente entregue a uma paixão temporã que me fez adolescer fora de hora. Cá estou eu com um comportamento atipico, a suspirar pelos cantos como uma donzela, a descobrir cores e cheiros que aquí restaram com a passagem do amado. Cá está essa poeta a sonhar com futuro, não finitude.
Talvez seja o fato de você ter encontrado sua plenitude e agora se sente livre. Comigo, demorou. Quem sabe por ter me comportado como uma ostra que dificilmente se abre. Talvez porque esperasse minha alma gêmea.
Pois não é que ela existe. E ainda bem que embora tardiamente eu o encontrei à tempo de não estar mergulhada na finitude.