"Vestida de Amor"
Quisera eu divagar com clareza e na objetividade me fazer texto
Mas sou esta que pelos dedos da alma fala
não sobre mim e também de mim
Porém é, essencialmente do imponderável, mas presente
materializado em todo ser que a poesia cala
e vibra em versos complexos para se fazer sentir
É ela que se veste de amor, vibra e não mente a si
vive-o intensa e fervorosamente e ainda não permite que o macule
profanando a ideia de que dele não prova, afinal quem fala
não são dedos ou poemas e sim Ele vestida Dela que busca por nós
e se põe calado para que nós distraídos não o percamos
e então dele não provemos
E foi do seu gosto que provei e também da complexidade de senti-lo
em teu colo descanso e concebida do mesmo, vivo o que muitos não creem
pensam ser as letras que lindamente dispostas falam, mas quem dera
simplesmente fosse assim, contudo é a poesia quem grita
e o trouxe a mim ... nu, fresco e amante, acolhendo-me em paz ... enfim
A sorte apenas aplaudiu pelos tantos e no entanto
vírgulas ali deixadas pelo texto de todos os desejantes por um suspiro
Mas feliz, eufórica até, ressurgia em luz
para a contemplação daqueles que nela não acreditara,
afirmando que dela só se prova quando descrente se fizerem
e é através das rugas na face, dos calos nas mãos que a encontrarão disponível
do contrário ... nada verão e sequer viverão ... essa que dizem ser sorte
Foi assim que descansei em meu retorno e no manto da paz jamais branca
mas sim em fusão de cores, me cobri, ciente de que teus olhos sobre mim estão
e neste instante eterno que se faz, contemplo os rastros
sem nem mesmo saber porque os fiz, mas sem tempo de me arrepender
porque neles estão a mim e não cabe em nenhum instante
uma gota de arrependimento pelo momento que eu fui límpida e pura dedicada a ti!
- Kátia Golau Cariad -