MALDIÇÃO
Cai, cai, canção. Cai, cai, canção, aqui na minha... Não!
Ribomba a pele do surdo ferindo-me os ouvidos, marcando o passo para a
grande marcha da mentira. Ordinários, marchem!
Murchem as flores das minhas idades enquanto o demônio em meu bolso
não para de chamar. Chama, chama... Chamas no juízo de quem já nem o tem,
desde que, demente em sua banqueta ouviu as perguntas de seus futuros:
A partir de qual idade? Em que mês?
Porque deixaste? Não eras tu?
Tum, Tum, Tum... Tomara que caia das mãos dele a baqueta.
Ó, Deus! Porque me fizeste ouvir, ver, sentir mais que o suportável?
Ordinários, murchem! Ouçam a minha maldição:
Cai, cai, canção. Cai, cai, canção, aqui na minha... Não!