PENSANDO
De tudo que se fez, da minha parte eu juro,
Que a mim o tempo corrigiu meu mundo,
Que a mim o mundo corrigiu meu tempo.
De tudo que eu fiz, a minha parte eu assumo,
Que aprendi a consertar no tempo o meu rumo,
Que por consequência o rumo consertou meu prumo.
Foi assim durante a noite, nas madrugadas vazias
Nas ruas, nas esquinas..., aquela praça mal iluminada.
Foram tantos os versos soltos, as rimas, meus sonhos.
Plantou-se outros sentimentos, um sorriso, um monumento,
Ficaram guardados nas lembranças, nas letras inacabadas.
De tudo que eu enxergo eu choro, me arrependo, me consolo...
Tantas tintas foram lambuzadas, tantos quadros amarelados,
são seus os meus versos..., meu inverso do remorso.
Tantas teias foram construídas, bem pensadas, destruídas.
Meu castelo foi um lindo conto, meu oceano uma miragem,
São meras cicatrizes que me marcam na mais infantil maldade,
Como uma viagem justa, mas muito mal interpretada, um rasgo de loucura.
Outros olhos me desenharam fera, um bandido, filho ou sal da terra,
Por um brinquedo eu morro, renasço, desenvolvo, e ela sozinha.
Hoje estão perdidas, poesias e tolas profecias,
Hoje estão esquecidas raivas, rancores, isso eu peço...
Que o ódio não nos acompanhe, não nos presenteie...
Que a via cante primeiro, por toda ela...
Que eu cante cordes de um ex-prisioneiro.