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Ontem eu creio que o vi, por instantes reportou-me meu coração há lugares longínquos, foi por instantes um reencontro virtual... Nossas almas pálidas bailando naqueles segundos num momento insólito do passado.
Seu sorriso de homem, olhar de menino desprotegido que necessitava, sobretudo, de amigos... Nossa amizade fora intensa, repleta de idas e vindas, de palavras e gestos, de sentimentos contraditórios, mais da sua parte. Pois, meu peito estava selado, e disso você sempre soubera.
Mas, você com seu jeitinho soube fazê-lo pulsar tantas vezes... Tinha sempre algo em aberto... Mas você era grande demais, seu amor era absoluto, era firme e palpável. Nunca quis magoá-lo, Deus bem o sabe!
Nunca te neguei a verdade, sempre expus os meus sentimentos e minha amizade, não queria que tivesse esperança, e quando me beijou aquele dia... Tive a certeza de que nada sentia além do grande afeto e amizade.
Passamos por tantas situações juntos, dávamos risadas, sonhávamos sonhos distintos, você desejando meu amor, eu desejando o amor de outrem.
Uma piada sem graça, para duas pessoas que se gostavam tanto, mesmo sob o julgo do incongruente amor. Ficamos nesse impasse por um tempo, mas daí a vida simplesmente aconteceu, tratando de nos separar, e a distancia foi aos poucos cobrindo as lacunas que restaram.
Mas hoje quando o vi rapidamente na estrada, meu peito aquebrantou numa dor imensa de saudade misturada com resquícios de uma indignação inconcebível. E se fosse realmente amor, se tivesse insistido mais e mais um pouco... Eram cruéis essas indagações.