Então como é que gente faz quando o silêncio deixa de ser retórico,
Lírico, onírico, e pesa como uma verdade real sobre nós?
Sinto falta de escrever, poesia, este chão sob os pés, o céu acima da cabeça,
Meus poemas arredios nos baldios da alma perdidos, todos desiludidos,
Mas tem uns dias, períodos que a poesia não vem, a palavra encrua,
O pensamento não voa nem com vento violento, preso no tempo
Nem com a fúria da imaginação, imagina a ação inexistente...
A gente se acocora encolhido ali no canto
E quer só ficar quieto, bem quietinho, sem fazer qualquer barulhinho,
Para enganar a existência por uns instantes, o depois e o antes,
E para a vida não perceber que a gente está acordado.
Eu finjo dormir com um olho aberto e outro fechado,
E o olho aberto não vê nada e o olho fechado sabe e sonha tudo.
E tudo sonhado é só um punhado de história e de esquecimento...
Então como é que a gente faz quando o amor é só uma tão tola lembrança,
A insistente lembrança de uma dor que já doeu e não tem mais por que doer?
Amor essa cor que não se tem como perceber, que só quem sente sabe e vê,
Quem não vê mais não sabe se sente e nem sente se sabe, não cabe no que é,
Não invade nunca o vazio mais vazio daquilo nosso mais solitário, triste e frio.
O que a gente faz quando o amor passa a ser tudo aquilo retórico, eufórico,
Aquilo apenas lírico, essencialmente onírico
E deixa de ser uma verdade entre nós?
Quando o amor nos deixa só, e nos torna pó do pó do que se desfez,
Quando o coração aberto não sente nada e fechado sabe e sonha tudo
e tudo amado é só um punhado de memória, dor e sofrimento,
quando o amor não tem nem depois e nem antes,
só a idéia de ter havido apenas por uns instantes?
Lírico, onírico, e pesa como uma verdade real sobre nós?
Sinto falta de escrever, poesia, este chão sob os pés, o céu acima da cabeça,
Meus poemas arredios nos baldios da alma perdidos, todos desiludidos,
Mas tem uns dias, períodos que a poesia não vem, a palavra encrua,
O pensamento não voa nem com vento violento, preso no tempo
Nem com a fúria da imaginação, imagina a ação inexistente...
A gente se acocora encolhido ali no canto
E quer só ficar quieto, bem quietinho, sem fazer qualquer barulhinho,
Para enganar a existência por uns instantes, o depois e o antes,
E para a vida não perceber que a gente está acordado.
Eu finjo dormir com um olho aberto e outro fechado,
E o olho aberto não vê nada e o olho fechado sabe e sonha tudo.
E tudo sonhado é só um punhado de história e de esquecimento...
Então como é que a gente faz quando o amor é só uma tão tola lembrança,
A insistente lembrança de uma dor que já doeu e não tem mais por que doer?
Amor essa cor que não se tem como perceber, que só quem sente sabe e vê,
Quem não vê mais não sabe se sente e nem sente se sabe, não cabe no que é,
Não invade nunca o vazio mais vazio daquilo nosso mais solitário, triste e frio.
O que a gente faz quando o amor passa a ser tudo aquilo retórico, eufórico,
Aquilo apenas lírico, essencialmente onírico
E deixa de ser uma verdade entre nós?
Quando o amor nos deixa só, e nos torna pó do pó do que se desfez,
Quando o coração aberto não sente nada e fechado sabe e sonha tudo
e tudo amado é só um punhado de memória, dor e sofrimento,
quando o amor não tem nem depois e nem antes,
só a idéia de ter havido apenas por uns instantes?