Espaço fisico.

Sou o espaço entre o parafuso e a porca,

O pasmo no fim da espiral da rosca,

O vazio entre o pescoço, a corda e a forca,

Sou o laço e o nó ou o zumbido da mosca.

És acendalha de fogo sem lente,

A labareda que se extingue na palma da mão,

O rescaldo do fogo em água-ardente,

És calor, o da terra pela cinza no chão.

Vou e sigo através dessa travessa estranha e tua,

Trilho lento, longo, difícil de pedra pura,

Persigo, olho e sinto-te crua, admiro a Lua,

Exijo ao tempo que venha só e traga a cura.

Foges e corres mas não sabes o caminho de cor,

Não queres o que eu quero, mas também,

Sei la, nem tu, nem eles ou o Mundo em redor,

Chega-te e fica, ou olha para lá , ali, mais além!

Carlos de Carvalho ^ Pink
Enviado por Carlos de Carvalho ^ Pink em 22/04/2013
Reeditado em 06/01/2014
Código do texto: T4253350
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