Espaço fisico.
Sou o espaço entre o parafuso e a porca,
O pasmo no fim da espiral da rosca,
O vazio entre o pescoço, a corda e a forca,
Sou o laço e o nó ou o zumbido da mosca.
És acendalha de fogo sem lente,
A labareda que se extingue na palma da mão,
O rescaldo do fogo em água-ardente,
És calor, o da terra pela cinza no chão.
Vou e sigo através dessa travessa estranha e tua,
Trilho lento, longo, difícil de pedra pura,
Persigo, olho e sinto-te crua, admiro a Lua,
Exijo ao tempo que venha só e traga a cura.
Foges e corres mas não sabes o caminho de cor,
Não queres o que eu quero, mas também,
Sei la, nem tu, nem eles ou o Mundo em redor,
Chega-te e fica, ou olha para lá , ali, mais além!