Sem sorrisos de amor
Enquanto abro as cortinas procurando a luz ao qual gostaria que estivesses, acendo o cigarro ao qual nunca fumei e vejo queimar, ligo o som em uma altura agradável relembrando dos seus beijos naquela velha casinha abandonada, curtindo o frio da terra e o calor da sua pele,
sentindo o cheiro da terra, cercado pelo seu olhar.
Por onde estarás? Pergunta costumeira ao qual muito costumo fazer, a ponto de fugir do senso, mas se estiveres em um lugar como costumo imaginar, estarás sorrindo, observando-me do outro lado da vida, me verás triste, confuso, contido, saudoso e com a janela aberta, esperando brotares como uma bela tulipa.
Enquanto não abro os olhos, te procuro em sonhos, muitas vezes a encontro, no entanto, sempre me tiram de lá. Restam-me lembranças, tão repetidas, contidas, intensas lembranças,
tais quais me arrancam sorrisos ingênuo e lágrimas aos quais umidificam um pouco meu espírito; Espírito sem luz.
Por onde estarei? Pergunta que sei a resposta, porém, prefiro fingir o contrário. Gostaria que agora eu estivesse sonhando pra quando acordar lhe ver sorrir novamente. Quisera ser verdade, porém, irei dormir com as lágrimas de ontem e acordarei com as mesmas de hoje, com lágrimas cortantes, sem sorrisos de amor.