Aos poucos, o dia ainda vestido de tarde morna ,começa a entregar-se ao abraço noturno, sem pejo pois está acostumado a cumprir essa regra desde sempre. Depois da missão terminada, irá descansar até o amanhecer. É um forte abraço, uma alquimia perfeita, como dos que se conhecem há muito, mas sempre tem saudades, necessitam de encontros.
Fico devaneando se o dia ama a noite, ou melhor, se a tarde ama a noturna luz, muitas vezes clara, quando é lua cheia e em outras, apenas leve claridade. Porém ,apenas poéticamente, pois no fundo elas são uma coisa só, o que faz a diferença é a luz do sol que divide o tempo em ciclos de doze horas.
 Logo adiante de onde estou, há a mata nativa que não tem luz noturna alguma. Mesmo com a lua cheia é uma escuridão total , pois o mato cerrado e alto e os galhos de árvores frondosas impedem o clarão do luar. No local, apenas há uma sinfonia de insetos e outros seres que habitam o lugar. Atrai-me saber o que se passa naquele ambiente, poderia ali haver algo mais que uma simples noite? Sim, em minha imaginação lá existem seres etéreos que aproveitam a hora para passear.
Noite dos que tecem sonhos ou de horas de insônia e pesadelos a quem disso padeça. Noite dos que se amam, dos que sentem saudade, também dos que trabalham, afinal a vida não para. A mim, apenas um lindo manto misterioso que acalenta horas de descanso e onde envolvo-me em devaneios, deixando o tempo rolar as horas até o amanhecer.
Quem sabe a nova aurora me surpreenda.
 
           Outra noite chegou
           sinto a falta de alguém
           que no meu coração marcou
           um lindo querer bem




18/04/13
 
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 18/04/2013
Reeditado em 04/10/2020
Código do texto: T4248088
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