CHOVIA

Silente, ela observava o rio que a conduzia mas não sorria. Deixava-se levar simplesmente. E o rio corria, calmamente. Enquanto ia, lembranças infantes esbarravam pelas duas margens e calavam fundo. Que mundo... - pensava arredia... - Enquanto torcia chegasse o seu porto seguro, pedia que o céu, tão ardente, bebesse o estio, a dor, a agonia e a morte. Vem, sorte! - dizia - E, sem covardia, chore, inclemente no solo dos órfãos sedentos. E de seus rebentos. E enquanto pedia, era ela quem chovia...

CHOVIA - Lena Ferreira - abril/13

Lena Ferreira
Enviado por Lena Ferreira em 16/04/2013
Código do texto: T4243200
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.