Um sapato pra ti, um poema pra mim
Não disse pros outros
que era eu.
Não contei pra ninguém,
apenas me recolhi
em pedaços.
E sofri. Sofri calado;
a dor foi morte.
Só olhei meus sapatos
e reli meus poemas.
Só rasguei alguns ternos
e de ti tive pena.
Não disse pros outros
que foi você,
que foi culpa de alguém,
apenas descansei
nas minhas dores.
E sorri, sorri demais
porque não fui eu
aquele que mais uma vêz
simplesmente morreu.