A CABANA DOS VENTOS MISTERIOSOS

Inspirada no livro "A Cabana" de William P. Young

Mauro Martins Santos

Os ventos que nos extraem

Pelo mal - algo que amamos -

Não são os mesmos que nos traem

Pelos quais não clamamos,

Mas trazem o Signo estampado

Do bem; nesta eterna ânsia de amar...

E do terrível Mal ali perpetrado

O pensamento reluta lembrar.

Onde, estando bem à distância,

Encontrei na sinistra cabana revirada

As roupas de sangue... Minha ânsia!

Oh! Eterno amargor, hoje sou um nada

Não devo e não posso chorar...

Penso no terror em sua aflição,

De mim foi afastado seu rosto.

Levada para longe de mim

Lembro como numa maldição...

Esse meu infinito desgosto

Não mais te encontrei querida,

Sequestrada, extraída de mim!

Não vou chorar, embora a vida

Tenha sido mesmo assim

Lembrar o que me fora mortal

Ainda me é preciso... perdoar?

Juntar um coração que se estilhaçou

Apesar de todo aquele amor filial

Um diabólico vulto insano, a assassinou!

Não! Não sei se ainda posso... Não sei;

Apesar do chamado da voz angelical

Para na tétrica cabana retornar afinal,

Onde perdi Lizzy, que eternamente amarei

Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 14/04/2013
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