Causo de assombração

...nas sombras da noite escura... carque baruím incomoda.

Meu oiá fica assustado, vê tudo transformado.

Entrei divagarin, pisando nuzôvo, vi uma frestinha de luz, lá no finzim do corredor, portas rangendo, passos vindo em minha dereção, de mansim! Né!

Paralisei...prindi a respiração, o som vinha vindo ansim,como nunqué nada, lá do sotão,mirei bem no arto, apontei.

A coisa num cessô não... vêi chegano mais pirtim....

De repente, dá um sarto inriba do móve e pára, oiano fixo em meu zóio.

Apertei o gatio, bummm!

Errei o arvo,a coisa continuou vindo em minha dereção, arregalou o zóio e vêi chegano, arreganhou os dentes e começou a rir di eu.

Nestahorinha, as vista tava tudo imbaraiada né, o cabelo ripiado...a ispingarda prum lado, eu pro otro, e a coisa foi ficando preta.

Sai em disparada porta batendo, suor frio iscorreno na testa, a barriga começou a disandar. Nesse vai e vem disisperado, fui andano de ré em ré, o barui me siguino cada vêis mais perto.

Num achava a saída, condefé, me deparei com um inxame de abêia, vindo de lá pra cá, de cá pra lá. Naquele zum...zum... zum,rudiano meu zuvido,né! Eu no disispero me agarrei com meu santo de divução, mas nada adiantava.

Quando dei por mim estava do lado de fora do casarão, andano de ré , coisa que nunca havia feito, pensava que isto era coisa pra carro.

Veja só cumpade!

O que o medo num faiz com a gente!

Setembro de 1977

Sissapoetisa
Enviado por Sissapoetisa em 13/04/2013
Código do texto: T4238381
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