Por tantos e tantos dias
Seguem-se os instantes. Preparam-se para o inverno vindouro. Meio termo. Um caminho de volta.
Quando o sol era nascente, a certeza de que brilharia o dia. Que no percurso da luz haveria cantos e asas em busca do sempre infinito.
Hoje, nessa hora em que o sol se põe na frieza de um outono que desce suas folhas, espero apenas a noite. E ela virá. Virá com seus mistérios e silêncio dolorosos.
Talvez nessa noite não sejam notadas as estrelas e nem a brancura da lua. Lua evanescida, transparente lua.
Por mais que os olhos procurem ver o novo, projetam apenas a claridade de um sol que guardado no fundo da alma pelo tempo do eterno, brilhava como se sempre fosse meio dia.
Um sol. O Sol que ao refletir sua luz, aquecia minha alma sedenta de calor....
Por tantos e tantos dias.