UM CONTINENTE QUE SANGRA

Terra que sangra

o sangue dos teus filhos

Terra explorada,

empobrecida dos teus filhos

Teus filhos, mãe terra,

não choram

as lágrimas secaram,

a pele secou

Terra, vasta e continental,

de animais belos e ferozes,

de palmeiras, esguias e belas

de homens e mulheres, pretos e belos

Dos tambores, máscaras e mitos

o grito de dor e o riso de festa

Por que sorriem, teus filhos pretos e belos?

Por que galopam, teus animais belos e ferozes?

És o troféu do invasor que lhe roubou

teus filhos e animais e mitos

És a esperança da revolta e da reconquista

Que Serra Leoa, Etiópia, Namíbia, Moçambique

sejam a luz

e que tantos outros, rompem fronteiras,

e juntos tracem a estrada

Por ti eu torço,

mãe terra,

mãe África