Um mal natural
Um mal natural
O mundo visível,
Visível não é,
Se fecharmos os olhos
O que temos é fé.
A fé que sentimos
O olfato a cheirar
O gosto do sal
E o doce do amar.
O dom de ouvir
A paz no final
O som da vitória
Do bem contra o mau.
O grito da vida
O abraço do irmão
A sorte vencida
A morte no chão.
Com os olhos cerrados
O homem partiu
Deixando a tristeza
Na mãe que o pariu.
Nem sempre é assim
Nem tão pouco é normal
Se morre um filho,
A dor é fatal.
O certo seria,
Primeiro ir quem veio
Num círculo comum
Pôr na morte um freio.
Ser algo natural
O nascer e o morrer
Uma causa atomal
Não ida sem volta
Um destino final
Se morrer fosse assim
Era um bem natural
Brasília 21/03/2007
Evan do Carmo