(A)Caso da madrugada
Na madrugada a neblina se faz, esfriando os corações e deixando gotas
de orvalho pela manhã. Deixo o vento fumar meu cigarro enquanto observo o movimento na escuridão. Pode-se ouvir os cães, os gatos, o som dos carros e dos aviões. Mas, a voz para acalentar-me, onde estás ? Mesclada dentre a neblina distante talvez...
Bem queria teus braços apenas a abraçar-me, pois, muito sinto tua falta, amor. Joni Mitchell toca no rádio e sinto ainda mais a dor da saudade. Na melancolia da letra e da voz observo a lua caindo lá longe,
do outro lado. Porque os relacionamentos não permanecem os mesmos?Porque tendem a desabrochar ? É triste quando algo belo e verdadeiro se desfaz.
Não sei ao certo o que paira no ar, senão meu pensamento junto à relva molhada, que voa, alça voo distante, onde nem eu possa me encontrar. Amor é necessário. A vida constitui-se de amor e relações interpessoais, quando disso não mais se tem, tudo esvaece...inclusive o amor pulsante dentro de nós, aquele que jurávamos ser eterno.
Pensamentos noturnos, sem nenhum propósito, sem muitos fins e afins, apenas pensamentos jogados. Permaneço aqui, sem entender metade do que se passa. Observando a névoa, pensando coisas mil enquanto o meu tempo (vazio) se passa. Assim é. Momentos cheios de inspiração e sorrisos verdadeiros; outros, vagues na escuridão e sentindo a dor da saudade e do anseio...
Assim permaneço.