AH TEMPINHO BOM!

Lembro com alegria aquele tempinho bom, da nossa juventude...

Éramos jovens e sonhadores.

Sonhávamos acordados com a coleguinha de escola, com a amiguinha da nossa rua...

Sonhava noites e noites em pegar sua mãozinha e acariciá-la...

Ah, que tempinho bom, do beijinho na mão, do contato instintivo, mas comovente, do primeiro beijinho no rosto... Depois, a lembrança dias e dias, do beijo furtado no escuro do cinema! Dos abraços e das carícias...

Das namoradinhas, cada qual a seu tempo...

O namoro era todo um ritual e suas evoluções eram sonhadas dias e noites.

Era a valorização do sentimento em um nível quase sublime!..

Quando o rosto esquentava, a voz tremia, o corpo estremecia, momentos inesquecíveis de um prazer quase inocente...

A vida era um romance vivenciado, sentido, prestigiado, esperado, amado...

Em cima dessas reminiscências, ocorreram-me uns versinhos musicados que uma das minhas primeiras namoradas cantarolava pra mim e que nunca mais ouvi de outra pessoa. O autor dos versos e da música, não me ocorre, daí porque êles vão aspeados:

"Ai, ai, ai, que tempinho bom

Ai, ai, ai, nada de portão...

Ela, sempre na janela

êle na esqina,

cigarrinho aceso

atrás do lampião...

E das sete as oito,

das oito as nove,

das nove as dez,

Eram sinaiszinhos,

eram mil beijinhos,

troca de papéis...

Eram bilhetinhos

contendo versinhos

de Olavo Bilac...

Ao chegar a hora

de dar o fora,

tac, tac, tac..."

Nada como ir atrás das boas lembranças que nos remetem a momentos de tanta ternura e agradável bem-estar...

Reparto com os leitores estas pérolas desses bons tempos!

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 12/08/2005
Reeditado em 09/09/2005
Código do texto: T42181
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