ARVORE ANTIGA
Observo o mistério da vida que se estende
muito além do tempo que se crer, deve parar.
Alongando-se, silencioso estampido,
calando as interrogações do homem
passageiro e finito diante desse teu permanecer!
Ereta rasgas o tempo e avanças
para o alto, rumo ao céu,
num esplendor de verdume que enfeita
teus limites de majestosa fragrância,
de abundância e plenitude sem igual!
Te alongas… vida quieta,
respirar ressonante,
percorrendo um caminho de insolúvel doação!
Vão-se os dias, passam-se as noites...
semanas vem e vão... não tombas!
Vem os anos...
séculos passam...
os milênios...
transformando as reticências em pó...
a ganância,
a covardia,
a mentira,
a traição!
Só tua vida se alonga e vai, pouco a pouco ensinando
que és tu o elo encontrado do poder da Criação!
(Adda-nari Sussuarana. Maceió/AL)