Hoje amanhecí nostálgica. Vai ver que é porque meu sol não apareceu, ou então ele não apareceu em respeito a meu momento de reflexão. Bem, pouco importa, o certo é que estou com uma dor sem sentido no peito, uma apnéia desmedida e vem-me a vontade de me encolher, de me virar feto, de procurar abrigo em braços amigos. E, como num prenúncio, aguardo o que virá, como se não bastasse a carga de saudades que carrego dentro de mim.
Passaria horas discorrendo sobre essas perdas. Foram coisas, e, essas pouco, ou quase nada doeram, mas quando a perda foi humana, a situação mudou enormemente.
Perder vidas, perder amores, nos faz sair repartindo pela estrada da vida, pedaços de carne, de pele, pedaços de alma. Com o tempo vamos encolhendo, encolhendo... Nossa bagagem de saudade vai aumentando, nossa esperança vai diminuindo. Acredito que chegará a hora que não mais suportaremos o fardo e sucumbiremos.
Será que hoje estou querendo desisitir? Que algum braço se apresente e me afague, me acarinhe, me proteja, me faça acreditar que a ausência do sol não é permanente, que ele voltará ainda a tempo de não me fazer tão triste, de não converter em lágrimas toda essa saudade que está explodindo em meu peito e que como é líquida, descerá pelos meus olhos e me inundará...Afogada por uma lágrima.