Não fui eu que quis este silêncio que não fui eu que fiz.
Foi por um triz que o grito de repente não nos acordou,
A vida na palma da mão, um sim e um não como um não,
A felicidade para quem quer apenas a um palmo do nariz.
E quem diz que não condiz este sorriso com aquela tristeza,
Com a lágrima pronta farta de cair e o assim tão farto pranto
Que carrego por enquanto como coisa só minha que ninguém quis,
Quem diz, no entanto, que apesar de tanto e de tudo não fui feliz?
Mas há tanto tempo estou tão cansado dessa infeliz poesia
Vir me dizer que todas as coisas um dia ainda vão ser belas.
Mentira! Que a beleza das coisas é não terem beleza nenhuma.
Mentira! Que as coisas belas só são belas porque não existem.
Mentira! Que a beleza da poesia está em merecer o silêncio...
Estou por demais cansado dessa desgraça de haver essa raça
Humanamente desumana, mundana, imunda e profana.
E tudo é este culto da palavra desperdiçada dizer nada,
Tudo é esta absurda e vil divinização da fraqueza,
A entronização do descaso, o cultivo da ignorância,
A preferência da maledicência, o predomínio da arrogância
E o triste e funesto reinado duradouro da intolerância.
E todo mundo chora, todo mundo é fraco, indefeso, vulnerável,
Só o herói, este imbecil não cultuado, é o que luta e o que perece.
E o mundo se acaba em festa, ergue dez mil estátuas, depois esquece.
Estou cansado desse amor aos poucos, aos toscos, aos loucos, aos moucos.
Desse amor aos cantos cheio de encantos escondendo desencantos tantos,
Desse amor efusivo, invasivo, inventivo, esse amor pouco, amor destrutivo.
Esse amor mais etéreo do que eterno, mais ideal do que real, e desigual.
Esse amor tal e qual todo mundo queria, mas que ninguém consegue
E ainda há quem negue que amor assim só o diabo que nos carregue
Estou cansado dessa vida morte assim tanto faz tudo o que me traz
O amor à poesia e à minha ferrenha vontade de nunca voltar atrás.
Foi por um triz que o grito de repente não nos acordou,
A vida na palma da mão, um sim e um não como um não,
A felicidade para quem quer apenas a um palmo do nariz.
E quem diz que não condiz este sorriso com aquela tristeza,
Com a lágrima pronta farta de cair e o assim tão farto pranto
Que carrego por enquanto como coisa só minha que ninguém quis,
Quem diz, no entanto, que apesar de tanto e de tudo não fui feliz?
Mas há tanto tempo estou tão cansado dessa infeliz poesia
Vir me dizer que todas as coisas um dia ainda vão ser belas.
Mentira! Que a beleza das coisas é não terem beleza nenhuma.
Mentira! Que as coisas belas só são belas porque não existem.
Mentira! Que a beleza da poesia está em merecer o silêncio...
Estou por demais cansado dessa desgraça de haver essa raça
Humanamente desumana, mundana, imunda e profana.
E tudo é este culto da palavra desperdiçada dizer nada,
Tudo é esta absurda e vil divinização da fraqueza,
A entronização do descaso, o cultivo da ignorância,
A preferência da maledicência, o predomínio da arrogância
E o triste e funesto reinado duradouro da intolerância.
E todo mundo chora, todo mundo é fraco, indefeso, vulnerável,
Só o herói, este imbecil não cultuado, é o que luta e o que perece.
E o mundo se acaba em festa, ergue dez mil estátuas, depois esquece.
Estou cansado desse amor aos poucos, aos toscos, aos loucos, aos moucos.
Desse amor aos cantos cheio de encantos escondendo desencantos tantos,
Desse amor efusivo, invasivo, inventivo, esse amor pouco, amor destrutivo.
Esse amor mais etéreo do que eterno, mais ideal do que real, e desigual.
Esse amor tal e qual todo mundo queria, mas que ninguém consegue
E ainda há quem negue que amor assim só o diabo que nos carregue
Estou cansado dessa vida morte assim tanto faz tudo o que me traz
O amor à poesia e à minha ferrenha vontade de nunca voltar atrás.