UTOPIA

Se talvez, estivesse morto,

não desceria tanto,

encontraria sim, outro pranto

para me consolar,

ou, algum outro canto

para me servir de porto.

Se talvez, estivesse vivo,

desceria mais

e diria que tanto faz

ser pobre ou ser rico.

Viveria sim, na pobreza

ou quem sabe, na riqueza,

com a alegria que ela traz.

Se talvez, eu fosse outro,

ou fosse só eu mesmo,

teria uma outra esperança

de ser velho

ou de ser criança.