Plantei versos...
 
Em frente ao portal do tempo
sem saber qual atitude tomar
enfrentei  o frio e o vento 
congelando ossos e alma...
E ali paralisada, inerte
sentí a insignificância
de uma vida infértil
vazia de esperança 
sem filhos e sem árvores
plantei meus versos, alí
espalhados no espaço sideral
e no inverso deste livro surreal
abortei cada palavra em meio a dor
e náuseas...
Então,  digeri e vomitei 
cada verso nauseabundo
construindo poemas moribundos
natimortos das minhas entranhas
com palavras desconexas, incompletas
enfadonhas! 


Amigos Miguel Jacó e Jacó Filho é um prazer te-los aqui. 


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MIREI PARA A LINHA DO INFINITO.

Eu mirei para a linha do infinito
Mensurei por dedução o meu apego
Engoli antes de parir meu grito
Pois o som já perdeu-se neste meio
Descrevi um sentir atrofiado
Mediante a fartura que sonhei
E agora como fato consumado
Nem migalhas por aqui aproveitei
Vou seguindo a vez da inconseqüência
Procurando um lugar no sol vazio
Quando Lua se amostra com eminência
É tardia e me trás lembranças tuas
Não reclamo a falta do que não tive
Mais imploro pela gosma do agora
Se o mundo está pequeno para mim
Ó natureza por favor me leve embora
Já cumpri o que entendi da minha sina
Não me cobrem pelos juros da memória
Dê alforria a este ser não mais vivente
No outro mundo
Hei de saber buscar a gloria.

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Jacó Filho


"Não vou alegar que estou perdido"
Não vou alegar que estou perdido,
Se reconheço a fronteira da luz..

Quero apenas me livrar dessa cruz
Cujo rito, certamente foi cumprido...
Meus retalhos na cesta da memória
São a prova de que nada conquistei
E só essências das trilhas que andei
Por saber que na matéria não glória
As carrego pra levar pra eternidade...
Peço oh Deus, se tiver merecimento
Que abrevie na terra, meu sofrimento
Dando-me no céu, outra oportunidade...

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

Nana Okida
Enviado por Nana Okida em 23/03/2013
Reeditado em 26/03/2013
Código do texto: T4204524
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