O espaço da plenitude
O que buscamos na vida? Sentidos. E o que são os sentidos? Talvez sejam motivos para caminharmos ou ficarmos inertes, olharmos ou fecharmos os olhos, crermos ou simplesmente vislumbrarmos o mistério. Porque o sentido de tudo nem sempre vem alheio ao nada, e porque o que parece completo em nossas buscas, coloca-se inconsistente diante da inquietude.
O Nada oco da existência pode conter em si a essência do tudo, pois nos apresenta vazios de preconceitos, de olhares sistemáticos e vorazes, da crença frenética dos porquês e da caminhada errante por caminhos desconhecidos.
Ser como águas límpidas e tranquilas, percorrendo as curvas sem corredeiras de um rio, apenas. Rio que se deita nas planícies ensolaradas; rio que permite a carícia suave da relva costeira; rio que se deixa levar para o mar da vida, sem olhos, sem crenças, sem pernas. Apenas um rio, descansando suave em seu leito fresco, conduzindo-se amoroso a um mar de verdades!
Porque no final, mais valerá ‘o nada’ permeado de espaço para virtudes plenas, do que ‘o tudo’ corrompido pela ignorância da pretensa superioridade.