aisthésis
I- estética do encontro
ver como tocar-te
mesmo à distância fortuita
algo que imposto ao olhar:
a paixão de tua imagem
impregnada do sensível
tal como abandono de mundo
ou 1´toque virtual em tua
pupila
em seio de tua lágrima perdida
(extraviada)
para o sempre
essencial
de nossa fascinação.
II - estética fusional
cindida à busca
do extraviado incessante
de se ter
sem olhar-nos
no fantasma único
de nossa visão eterna.
(pretensão atemporal
de colagem orgânica
magmática.)
III- estética exorbitante
orbitando sentidos
desintegrados em
imagens
percebidas no momento
de teu puro
reflexo
(no abismo
de nós.)
não! não cessa
essa fascinação
do inflar pulmão
vistas aéreas
espelhadas de vísceras
nossas
irreveladas até então.
IV- estética do encantamento
de cada poro
que me empolga-
sangra
posto luz que também
é abismo
(assustador- mui- atraente)
onde se banha
e flui
para a imensidão
de 1´olhar.
Teu contorno
de alguém meu
que, se nos olha,
me vê - tua
ofuscante
ode à perdição
a perder-se sem
poder
render-se
(vã).
(é possível enxergar
por contraste
o inverso
de uma vez datado -
devaneio escarlate
circular)
Abyssus abyssum invocat