O quarto
Acabei de dar uma olhadinha lá no quarto, e sei que já deveria estar dormindo. Não, não tem nenhum marido, amante ou namorado por lá. Faz tempo que ninguém há. Tempo? Indo pra quase dois anos é tempo? Acho que é. Então, espiei meu quarto, a cama de casal, desarrumada, como não é de meu perfil, porém terei de ir pra lá, sozinha, pra caminha.
Não é o quarto, não é a cama, não são as colchas, ou deveriam ser! O fato é que não me sinto mais pertencida aqui. Sinto saudade da outra locação, de mim e do meu jeito naquela época. Por que fui me sacanear tanto? Será que me possuem para eu ferrar com tudo quando as coisas estão boas? Sendo assim, não preciso de (mais) inimigos!
Eu quero que a vida volte a começar, a iniciar, e, sério mesmo, eu quero viver. Até do meu riso tenho saudade. Mas também não consigo rir tão melhor sozinha. Eu quero dividir a risada. Rir sozinho é um riso não muito aberto, e eu gosto das coisas expandidas.
Então é isso, está mais do que na hora de nanar. Podia ser pior, poderia ser dia de trabalho amanhã (hoje?), e não sendo, não me culparei em nada.
Tô indo. Apagar as luzes e ir ...
Pra onde?
O quarto, pô!