o corvo; Sobre um poeta morto.

Sobre um poeta morto.

A visão de um poeta que se assusta com visões

Que pensa em outros planetas,

Que descreve assombrações.

Não pode poeta ser quem concebe ilusões.

O corvo de Edgar Allan Poe, uma sinistra alusão

Ao sofrimento metódico que permeia a erudição.

Entretanto há bons poetas, eu não posso esquecer

Que apesar das lamúrias ele sabia escrever.

Pessoa até se arriscou sua obra transcrever;

Eu digo que não faria, coisa com o mesmo fim.

Todavia, digo ao mestre, que respeito a diretriz.

Quem escreveu como ele por certo não foi feliz.

Outrossim, ainda recordo das noites de confusão,

Que, mesmo eu, sendo safo, me perdi soltei a mão

Escrevi algumas tolices, fiz uns versos sem padrão.

Recobro sempre o juízo quando releio meu mestre,

Entre tantos com virtude, sobra apenas uma Pessoa.

Quiçá, este gêmeo fosse.

Brasília 20/03/2007

Evan do Carmo

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 20/03/2007
Reeditado em 05/02/2008
Código do texto: T419120