AMARGURA E ESPERANÇA

Vai minha poesia,

buscar nos limites do mundo a lâmina com que ceifar a amargura que me cerca,

Vai e traz contigo de volta

o brilho apagado dos meus olhos pela névoa da solidão,

Traz outra vez

o riso fácil que habitou meus lábios e a sagacidade em meu pensamento,

Busca minha fé perdida

entre as centenas de orações não atendidas ou esquecidas por Deus,

Rompe o silencio

das minhas noites insones com a paz dos noturnos de Chopin.

Seca minha poesia,

o pranto morno que me brota d’alma e banha meus dias,

Leva de mim essa desesperança,

essa angústia e essa mágoa grudadas em meu peito como polvos asfixiando o meu perdão,

Planta minha poesia,

uma nova semente que germine um sonho tão perto da realidade,

Do qual eu nunca seja capaz de despertar.

Jogon Santos
Enviado por Jogon Santos em 14/03/2013
Reeditado em 18/02/2022
Código do texto: T4188956
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