Pele Fina

A tristeza que não me abandona, na solidão das horas, conforta meu espírito ansioso ela sabe por onde passeiam meus pensamentos, por onde vagam meus passos libertos.

Quando trancada em mim, caminho pelos meus mundos, entro em cada fresta para reconhecer as minhas escuridões. Respiro as certezas da pele que me garantem a eterna fidelidade a mim, mesmo com todas as contradições que possa exteriorizar, mas que jamais mudam a minha essência divina.

A mesma conhecida tristeza que segue-me ano após ano renova-se nas estações e não precisa de novos motivos; a boa e velha tristeza já conhece em mim seus efeitos porque mora nos meus pensares, nos meus gestos. Ela viu cada sonho meu se apagar, assistiu cada frustração de mãos dadas comigo e até me consolou quando desisti dos projetos mais desejados.

Dorme e acorda comigo ela que conhece todas as minhas alegrias, que foi apresentada a todos os meus fracassos, ela que conhece a sua importância em cada etapa dessa minha caminhada.

Sossega tristeza, não tenho medo de ser feliz, tenho medo sim é de nada sentir de nada experimentar.

Guarda seus sorrisos cúmplices para a nossa intimidade, certamente ninguém entenderia o quanto nos importamos conosco, fariam troça da nossa compreensão.

Deixa a noite da minha vida chegar e só aí rouba-me de vez dessa agonia de viver.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 19/03/2007
Código do texto: T418563
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