Inveja

Meus olhos fervem e avermelhados saem fumaça

Minhas vértebras se contorcem e não encontram posição confortável

Estou à beira de um colapso pseudoneurótico

Enquanto todos dormem como anjos.

Meu corpo despetala feito rosa seca,

Caem lágrimas por toda parte

Talvez eu deva me afogar nelas

A poeira da estrada em meio à vegetação morta

Lembra-me das cinzas que restaram

Há manchas, marcas em todo lugar.

E você no seu mundo colorido sorri

Arco-íris, amor, tempestades de pétalas sadias.

Hipocrisia, paixão e meia dúzia de vadias.

Não a repudio, não pense mal de mim.

Apenas tenho inveja da naturalidade

Desta sua sobrevivência.

Angela Dias
Enviado por Angela Dias em 12/03/2013
Código do texto: T4185289
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