Inveja
Meus olhos fervem e avermelhados saem fumaça
Minhas vértebras se contorcem e não encontram posição confortável
Estou à beira de um colapso pseudoneurótico
Enquanto todos dormem como anjos.
Meu corpo despetala feito rosa seca,
Caem lágrimas por toda parte
Talvez eu deva me afogar nelas
A poeira da estrada em meio à vegetação morta
Lembra-me das cinzas que restaram
Há manchas, marcas em todo lugar.
E você no seu mundo colorido sorri
Arco-íris, amor, tempestades de pétalas sadias.
Hipocrisia, paixão e meia dúzia de vadias.
Não a repudio, não pense mal de mim.
Apenas tenho inveja da naturalidade
Desta sua sobrevivência.