DECLARAÇÃO DE AMOR
Amo os poetas porque eles são loucos e veem o mundo pelo avesso, no inverso do trans_verso. Arteiros e travessos têm a ousadia de reinventar o uni_verso. Veem o que muitos não conseguem enxergar. Quando não veem, imaginam... Quando não existe, do nada, criam... São os que inauguram pontes para o impossível... E os sonhos, feito pássaros, vêm se alimentar em suas mãos...
Quero prosseguir vida afora amando os poetas que respiram poesia. Que suspiram versos. Que choram rimas. Que se enamoram de lua e sol. Que se perdem nas veredas das palavras. Que se reencontram nas trilhas dos verbos. Que exalam metáforas substantivas. Que se multiplicam nas metonímias. Que brincam de roda nas parlendas da inocência. Que se alucinam de metáfrases... Que se alumbram na emoção de reescrever o mundo. E conseguem fazer o igual virar diferente. Deles medra a flor na pedra. E resplandecem feito a prata da noite a parir estrelas. São estes os mesmos que se douram na sabedoria amarela dos girassóis. Têm a pureza do lírio do campo. E se enfeitam de rosa e alecrim.
Amo a loucura de todos esses poetas pois sua loucura é feita de paixão.
Amo os poetas loucos, porque deles é a lucidez do novo mundo!!!
(José de Castro)
(Dedicado a todos os poetas desse Recanto... e de outros cantos!)