Pequeno Épico
Qual é o tamanho da grandeza? Essa dúvida retumba e ressoa pelo infinito, por que as vezes me sinto sozinho, em uma grande e velha catedral gótica. Alguém apaga as velas uma a uma, os santos me olham, me julgam e me sinto pequeno, naquela grande catedral.
Cantos antigos ecoam pelas abóbadas em ruínas daquela grande catedral, parece que há alguém maior que eu. Seria Deus? Seriam os meus medos? Não sei. Viver me parece ser uma grande poesia. É tudo muito poético, muito curioso. Cada poeta é um pequeno pedaço de um grande quebra cabeça, a soma das partes é maior que o todo.
As velas continuam se apagando uma a uma na catedral, chove la fora cada vez mais forte. Os raios em meio aquela tempestade ocasionalmente iluminam a catedral através dos vitrais coloridos, os santos me olham mais intensamente, e eu fico menor, menor, menor... Catedral em ruínas.. Grandeza... Infinito...
Não é nem o céu e nem o inferno que me aguardam depois. Nenhuma prece será ouvida, e ninguém se importará. Logo essa catedral será destruída, ela está cedendo a tempestade, anjos e demônios lutam em vão pela minha alma, ou quem sabe pela minha ausência.
Continuo sem saber ao certo o que é grandeza, nem qual é a finalidade de tudo, mas logo serei soterrado pelas ruínas de uma velha catedral. É antes da morte que se aprende que a morte é irrelevante.