SOBREVIVÊNCIA

      Um dia deixarei de ser órfã. Não hei de me lamentar das perdas, dos erros que não foram corrigidos nem da criança que outrora brincava alegremente. Hei de alimentar minh'alma com as doces lembranças de um passado longínquo que me deu alegria de viver, de pensar como jovem.
      Naus se perderam, conflitos aconteceram, desilusões se atravessaram no meu caminho, e eu, bem,eu não sei se me fiz forte. Só sei que sobrevivi. Hoje eu flutuo; procuro não lembrar tristezas. Elas me enrugam mais a alma. E eu a quero com ar juvenil, com ar de quem nunca sofreu na vida. Procuro um espaço na alegria, mesmo que a mim me seja difícil encontrá-lo. Não tenho pressa; sou perseverante. Eu tenho dentro de mim uma vida, uma vida de derrotas e vitórias que a cada dia se aprimora mais. Eu sou eu. Vivo e sobrevivo e, o que é mais importante, tenho muito amor no coração para ainda poder  sorrir e me doar ao meu próximo.


 
Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 08/03/2013
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