A despedida
Nada do que escrevo faz sentido, tudo que escrevo me ofende.
O tempo que me oprime é o tempo que suprime minhas necessidades.
A mulher pela qual suspiro, é a mesma que me causa sofrimento.
Do que adianta conhecer as pessoas, se um dia elas vão embora, e eu nada posso fazer.
Despeço-me com antecedência para não deixar as melhores palavras por dizer; dou flores para quem me deu amores, abraços para quem me deu sorrisos.
Desejo o toque mais do que a própria morte.
Fala-me de amigos - corta-me aos poucos.
Fala-me de amor - leva-me a dor.
Se vais embora, deixa-te ir... Se voltares, vem com fé. Não voltes pela metade, vem inteira: sem queixumes, sem mazelas, sem qualquer tipo de corrente que te possa aprisionar ao passado.
- Eu? sim... estarei aqui sempre para te receber, para te reconhecer... Nunca vou te esquecer, aquilo que sinto é algo que eu ainda não sei ao certo o que é. Talvez um dia eu descubra e te explique.
Escrevo estas palavras no calor da noite, enquanto a lua brilha meu coração chora.