ALÉM DOS SENTIDOS...

O sossego pede arrego,

A calma patamar,

Sem olhos para o lado,

Tímido, meio acanhado.

Sem objetivos ou planos,

Se o rio subir sobe-se,

se descer rola às águas

sábio ou crente,

o mundo gira,

dentro da vida e mente.

A guarda baixa,

No silêncio beijaria tua face,

Deslizaria os dedos nos seus cabelos,

Escutaria seus conselhos.

Uma rosa no quintal sem vida,

Presa dentro dos mistérios,

Ninguém entende uma palavra dita,

pois o centro é fonte da vida.

Teus olhos não me olham,

Sua fala se cala,

Fiquei só sem estrela

Maria ou cadente,

Os sonhos prometidos,

pra mim são diferentes.

Serei eu um extra terrestre,

Um ser que só aborrece.

Sei que dentro há uma fera,

por fora talvez bela,

depende do ângulo que se espera.

No meu espelho,

Vejo muito além de mim,

Os outros também são assim,

Não vejo brilho em qualquer um,

Sinto a paz e a guerra,

A luz e a serra,

As montanhas altas,

Correndo nas matas

Toda natureza,

E onde está minha certeza?

Pensei que fosse fácil,

Permitir um beijo ou abraço.

Seria carta do baralho marcada,

ou uma peça rústica rara.

Do artista faltou o trabalho,

Encostado e abandonado,

por falta de salário,

Esqueceram de terminar

a obra de arte,

Ficou pela metade.

Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 06/03/2013
Reeditado em 06/03/2013
Código do texto: T4173600
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