PIRILAMPOS A CANTAR


Ele me prometeu fazer serenata,
falou-me de um amor imenso
que a muito por mim sentia.
Disse sussurrando que me adorava,
que eram sem luz os seus dias.
Deixou-me enrubescida, tal
qual adolescente ainda.
Fez menção de vir pessoalmente,
como se fossemos desimpedidos.
Mostrou-se mais louco do que eu
e nem sequer sabe o sabor dos
meus lábios que dormem frios.
Confesso que aqueceu meu vazio.
Mas nada entre nós é possível, pois

o impossível já faz parte da vida.
Vai nos restar a poesia, os escritos,
um longo caminho sem esperanças,
infinito namoro no olhar, sem mais
nada a se concretizar. Amigos!
Que fique aqui registrado, encontrei
um amor que não posso aos outros
contar, a alma já tinha envelhecido

de tanto a ele esperar...
Lá fora, os pirilampos ficam a cantar o
nosso pesar, sem nossos nomes contar.



 
Railda
Enviado por Railda em 05/03/2013
Reeditado em 15/11/2013
Código do texto: T4172463
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