LAPSOS
Ainda que o verbo não se faça em carne,
Pela calada da alma que se entristece,
Vede que sofrem os campos orvalhados,
D'onde, outrora, exalara-se o perfume das flores.
E o adro do céu, em nuvens chorosas,
Adormecem nos litorais abortando navios,
Pois vazios estão e jazem naufragados
No horizonte que se buscara, ao menos, a fonte...
Fonte que abrigara os sorrisos da vida
E os vultos dos amores que se fizeram eternos,
Mas, eis que o infame desejo da sublimidade,
(Mor que um colapso da alma iludida),
Despejara-se em lágrimas entristecidas
E se fizera fenecer junto ao ébano das emoções
Pelas serpentes vertidas e deveras sofridas
Em que, por Amor, findaram-se ao abismo das desilusões...
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 04 de março de 2013.