Eu choro.

Diga pra mim,

ao menos uma vez seja sincera,

pois suportar a dor e o pranto

é tanto,

dói tanto,

que nada há de trazer acalanto à dor que ficou.

Pois meu bem só eu sei,

só eu, sinto a cada novo beijo,

a chama,

o desejo,

e ainda que me negues,

que parta ao apagar das luzes,

deixa renascida uma esperança,

que faz tanto bem, tanto mal,

que me pego quase a te perdoar.

Mas hoje não....

... aqui na escuridão pela última vez eu choro.

Percebo nossas lembranças se esvaírem a cada nova lágrima.

Como sonhei ao teu lado,

como foi bom te ver me amar!

Sinto um leve sorriso se apressar em meu rosto,

o calor do sentimento, ainda presente,

a aquecer meu corpo,

que me pego quase a te perdoar.

Mas hoje não...

...aqui na escuridão, pela última vez eu choro.

Choro porque a tristeza trouxe a dor,

porque o apreço tornou-se desapego,

porque nesse incessante recomeço que é a vida,

começo de onde estou e não apenas recomeço.

Choro,

porque viverei sem você,

meu grande amor,

meu contrapôr,

meu sofrer.

Raphael Moura
Enviado por Raphael Moura em 04/03/2013
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