Eu choro.
Diga pra mim,
ao menos uma vez seja sincera,
pois suportar a dor e o pranto
é tanto,
dói tanto,
que nada há de trazer acalanto à dor que ficou.
Pois meu bem só eu sei,
só eu, sinto a cada novo beijo,
a chama,
o desejo,
e ainda que me negues,
que parta ao apagar das luzes,
deixa renascida uma esperança,
que faz tanto bem, tanto mal,
que me pego quase a te perdoar.
Mas hoje não....
... aqui na escuridão pela última vez eu choro.
Percebo nossas lembranças se esvaírem a cada nova lágrima.
Como sonhei ao teu lado,
como foi bom te ver me amar!
Sinto um leve sorriso se apressar em meu rosto,
o calor do sentimento, ainda presente,
a aquecer meu corpo,
que me pego quase a te perdoar.
Mas hoje não...
...aqui na escuridão, pela última vez eu choro.
Choro porque a tristeza trouxe a dor,
porque o apreço tornou-se desapego,
porque nesse incessante recomeço que é a vida,
começo de onde estou e não apenas recomeço.
Choro,
porque viverei sem você,
meu grande amor,
meu contrapôr,
meu sofrer.