Certo dia,
caminhando sobre belas planícies,
num lugar desconhecido qualquer,
deparei-me com uma imensa roda,
gigantesca, muito bela e imponente.
Tal roda, girava a uma velocidade
descomunal, surpreendente.
Estupefato, pus-me a olhar contemplativo.
De repente, a imensa roda diminuiu a velocidade,
diminuiu até que de uma hora pra outra, parou.
Observei ao alcance das mãos,
uma belíssima manivela posta a minha frente.
Feita de ouro e madrepérola,
linda, como algo que jamais havia visto em minha vida...
Então a toquei e pude sentir seu poder.
Caso desejasse, poderia movê-la pra frente
ou pra trás conforme fosse minha vontade.
Neste exato momento uma voz solene soou:
- Então, estás diante da Roda do Tempo,
podeis girá-la para frente e desvendar todas
as agruras, sortilégios, que o esperam.
Você e todos seus descendentes.
Ou, podeis girá-la para trás e novamente
ser criança, gameta, um óvulo ou rapaz...
Decida-se tenho afazeres, não posso esperá-lo.
A voz decisiva, era onipresente, onipotente,
e creio onisciente.
A roda, somente presente e incrivelmente potente.
Olhei então para meus pés descalços, feridos
e bastante machucados após essa jornada.
Afastei-me da roda sem nada dizer,
caminhei ressabiadamente para longe dela e da voz.
Em dado momento, olhei para o lado
e vi uma bicicleta encostada à uma árvore.
Bastante velha, porém confortável.
Decidi subir e pedalei, muito pedalei...
Sempre constante e veloz,
cada vez mais longe e distante daquela roda,
sem olha pra trás...
E a este lugar, saibam vocês,
nunca mais retornei.
(Esta é uma obra de ficção.)
Entretanto, há segredos que talvez não nos caiba desvendar.
Se o fizéssemos poderíamos nos tornar Deuses. Alguns já
tentaram. Porém, destes errantes, já vimos o bastante."