E O ERRO?

Nasci na cidade, sou filha do asfalto

Mais ia sê mió si fossi cria da roça

Luxo não tem brilho para mim, antes a simplicidade

Prifiru vistido de chita i pé sem butina

Sou apenas um nada, sem importância

Qui nem titica

Mas gosto muito de gente, das pessoas

Argumas são ispicias, um trem bão da gota!

São meus grandes afetos, meus tesouros

É qui o santo bati

Como eu as prezo, se integram em minha alma

Fica tudo garradim qui nem bicho di pé

Estejam onde for, eu as sei, e as sinto

Hoji prosiava cum a cumadi dessi assunto

Às vezes cometo erros

Sem tê nem um bocadim di querença

E acabo magoando quem me é tão caro

I fico matutandu, sem sabê o qui fazê

É melhor respeitar o silêncio, ou tentar se desculpar?

Di quarqué jeitu podi disandá inda mais

E quando nem se sabe onde errou?

Intão si ajoeia, i pedi ajuda pro santo das causa pirdida

Só vejo uma saída

Cunvidá prá vim im casa

Torcer para que apareça!

Prá mode tumá um bão cafezim cum bolo di fubá i pão di queiju!

E a tristeza acabar!

Inspirado no poema O que Fazer? da poetisa e amiga Marinez Vidal.