Tambor

Como se de outros tempos fosse,

A minha imaginação atravessa os tempos,

Imagina o homem de tempos remotos e ouve...

Os sons dos cantos dos pássaros antigos,

Dos rugidos das feras, dos uivos dos perigosos animais noturnos.

Ouve os sons dos trovões, dos galhos quebrando...

E, caindo de árvores.

Ouve...

Os sons das tempestades e das águas correndo,

nas cachoeiras, nos rios e nos mares.

Ouve...

Também o sussurro de miúdos riachinhos.

Em gradação, ouve o som do silêncio espalhado pela imensidão da terra,

Em clareiras, florestas vales e montanhas.

Do ponto que está grita!

– imaginativamente.

Ouve o eco do seu próprio grito.

Ouve...

- em sentido contrário.

O eco do grito de um outro humano.

Silêncio e som.

- ou o inverso.

Som e silêncio.

Percebe e se admira.

Toma consciência.

- é o eco.

Som que pode ser chamado ou aviso.

Som que pode vir a ser tambor.

- descoberta.

Batida intencional para chamar os deuses,

Dar aviso e produzir prazer.

Virou tambor, instrumento ancestral,

Que veio bater no nosso carnaval.

Francisca de Assis Rocha Alves
Enviado por Francisca de Assis Rocha Alves em 03/03/2013
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