Pra relembrar
Se tem que durar
Quanto tempo será?
Quem sabe dizer?
Se a vida é movimento
Se com o passar do tempo
Nada permanece o mesmo.
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O cântico das cigarras
*releitura
Arrebentando o silêncio
Invadindo meus mais íntimos sentimentos
Num cântico tão puro, tão próprio, tão verão
Todas juntas
Balançando as folhas com seus sons zis
Penetrando todos os meus poros
Debaixo daquela árvore
De tronco largo, com cheiro de verde
Quando me protegia do sol forte
Numa manhã em que acordara cantarolando
“eu não sei se vem de Deus do céu ficar azul”
Do romântico Djavan
Elas chegam para interromper
Carregam-me para um universo de magia
Espontaneamente saio de mim
Deixando-me guiar pelo som forte do
zi,zi,zi,zi,zi,zi,zi,zi zi,zi,zi,zi,...
zi,zi,zi,zi,zi,zi,zi,zi zi,zi,zi,zi,...
Rendo-me ao balanço da valsa das cigarras
Solto a imaginação
Para escrever essa prosa-canção.