Confritos.

Juntou a sua mochila

Muito barbudo e com as roupas rasgadas

Tomou o rumo de casa

Foi falando sozinho com a voz embargada

Naquela casa que jurou nunca mais entrar

Pois aquela esposa com outro lhe traiu

Mesmo com seus filhos pequenos

Ele sem pestanejar no mesmo dia partiu

A saudade era imensa

O orgulho para trás deixou

Foi correndo atrás dos filhos

E da amada, pois ele nunca por outra se apaixonou

Ao chegar de mansinho em casa

Deu uma bisbilhotada no portão

Ao sair uma criança de dentro da moradia

Fez disparar seu coração

Atrás da criança saiu uma mulher

Na hora ele há reconheceu

Ela mais velha e bastante judiada

Pois apesar de todos os anos, aquele rosto ele nunca esqueceu

Quando a mulher para ele olhou

Caiu na hora em prantos

Se ajoelhou a seus pés

Agradecendo a Deus e para todos os santos

Ele sem entender ficou sem reação

Ela lhe disse que tudo foi um mal entendido

Pois aquele homem que ela abraçava naquele dia

Era o seu pai que ele não havia conhecido

Que seus filhos já se casaram

E que aquele moleque esperto

De cabelos escuros e encaracolados

Era o seu primeiro, neto.

Luiz Carlos Brizola
Enviado por Luiz Carlos Brizola em 02/03/2013
Reeditado em 12/03/2013
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