Desflorar

Ânsia,flor que tece o desespero. Perfura a pele de dentro para fora transgredindo a poesia que habita no indescritível. Vem sorrateira mas é revolta,eis aí tudo o que consegue ser. O resto é farsa.

Enquanto a brisa passa ela só sabe ficar lá, sendo.Uma doida desvairada que se deixa levar pelas intempéries do pensamento. Gota d'água que escorre da memória. Há,decerto, uma uma poesia imaculada no manto que ela rasteja no chão de terra numa noite de fúria e falas indecorosas.Nunca ouvi que tivesse endereço certo. Todavia sei (e não sei como sei) que ela costuma se deitar à margem da loucura para ver a lua nascer.Lá joga sua rede tentando pescar aos impulsos incabíveis a vontade. Contudo, a ânsia nasce flor. Inconveniente ou não, retem todo o verso que lhe é de direito.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 01/03/2013
Código do texto: T4166810
Classificação de conteúdo: seguro