Sem amor, sem palavras, apenas solidão.
Meses sem escrever uma frase,
Uma epígrafe bem elaborada
Que ao menos transparecesse meu espírito.
Quaisquer tentativas eram em vão
Qualquer rabisco, um borrão.
Na lápide de minha mente
Já se podia ser bem visto
“Aqui jaz um poeta que escrevia amor”
Meses, sem palavra, sem frase nem verso.
Muito menos parágrafo
Tudo borrado, apagado, rabiscado e amassado.
O poeta dentro de mim chorava inconsolável
Este que antes escrevia o amor
Começou agora a escrever solidão.