O pensamento adoece?
O pensamento adoece?
Caso sim, qual o alimento
Que faz o pensamento adoecer?
Era bom se saber, poderia ajudar
Quantos não se preveniriam?
Ou poderiam se remediar
Antes do cheiro de podre nascer
Só sei que a vida, ele adora saborear
Mas, seria só ela o alimento do pensamento?
E como pode ter sabor sem tempero?
Sem frio ou sem calor, sem temperatura
Sem a acidez suave da poesia,
Sem o placebo existencial da literatura
Sim, a vida é uma espécie de sabor!
Alimento que nasce doce, macio
Sua amargura e dureza vem adicionada
Em doses e pitadas de destino frio
E vai se amargando a cada dia
Termina seca ou podre,
Como a mais bela das maçãs
Que fazia das suas irmãs de cesta,
Secundárias, meras cortesãs
E a essa altura, o pensamento já está saciado
Algo se manifestará com isso,
Deve agir, impulsionado por um alimento
Que não procurou comer
Só foi existindo e seguindo,
Com aquilo empurrado-lhe guela abaixo
Não lhe ofereceram uma vida saudável
Nem lhe disseram o que era saudável
Aprendeu vomitando, adoecendo, defecando
O que desse rango-vida,
Seu pensamento podia se alimentar
Com sabores que lhe levam ao gozo
Ou a um desespero amargo de não suportar