A IRREVERËNCIA DE MENINO

E ele era assim,

Meio louco,

Desses de se jogar pedra...

Sua indolência

Muitas vezes o fazia,

Trocar as portas,

Pelas janelas...

O menino foi crescendo,

Assustando muita gente...

Com ele, sua vida

Resumia-se em irreverências...

Para que tanta sabedoria,

De verdades as vezes impostas,

Se diante dos fatos

Não sabia encontrar a porta?

E o tempo impiedoso,

Sem dar-lhe muita chance

Foi cobrindo sua pele

De cordeiro,

Ainda manso...

E agora já mais velho,

De irreverente pouco tem...

Apenas busca ser entendido

Da forma que lhe convém...

Deitado em sua cama,

A pensar o que lhe faltou,

Encontrar-se ainda cru

Na busca do amor...

Acorde menino!

Simplifique tua vida!

Não precisas de irreverência,

Para encontrar

O que esta tão perto,

Muitas vezes ao teu lado

Guiando-te nos desertos...

Repense esse teu jeito cigano

De contrariar todas as leis

Neste universo de humanos...

Agora ainda há tempo

De assentar-te nesta vida

Na busca do firmamento...

Todo homem nasceu para ser domando

Mesmo o maior irreverente

Que se nega nesta vida

Sentir-se civilizado...

Albertina Chraim