O FIM DO FIM DO MUNDO

É decididamente não acabou. Nem um sinalzinho;

Um terremotozinho, ou talvez, com mais sorte, um

Ventinho mais forte, ressaca, um foguinho na mata

Porcaria! Um raio... um raio que parta pô!

Decepcionado, confesso, pois fiz imagem pavorosa

A do juízo final, que afinal não teve fim!

Cabe até um processo por propaganda enganosa

Senti-me traído; já é sina, ai de mim ai de mim!

Desta vez foram os Maias (hum... só podia ser)

É coisa de políticos; prometem, mas não cumprem!

Baaah! Nem quero saber, não voto mais!

Aliás, rasgarei meu título de eleitor em protesto

Ato final, razão do não final, motivo pelo qual

Escrevo esse maldito manifesto.

Mal, menos bem, se me preparei para beber o fim

Mas foi tiro de festim o tal fim do mundo

E olha que esperei até o último segundo

Com uma idéia na cabeça e um copo na mão,

Mas fim mesmo que é bom... não teve não!

Resta-me, agora, beber o seu não fim

Então a alegria, a etílica, voltará para mim

Só assim, nesse mundo que nunca morre

Como Keith Richards, ou José Sarney

Confuso? Talvez sim, já nem sei

Ou talvez, quem sabe, seja só mais um porre.

.-.-.-.-