A fita de uma cassete
Passe o tempo que passar,
Cada dia em seu lugar;
Foi a vida ao ir-me embora,
Fica sempre o nosso amor,
Fica hoje, amanhã e depois,
Nos nossos corpos,
Nas nossas almas,
No nosso coração!
O mundo desabou,
Toda a gente partiu;
Pois,..., pode...;
Acabou tudo,
E o nosso amor ficou.
Nós ficamos.
Porque nos amamos,
Para além dos sonhos,
Ou da vida...!
Para além de tudo,
Para além de todos,
Aqui estamos só nós dois,
E aqui continuaremos,
E riremos das almas perdidas,
Que se acham tão "bonitas",
E que agora, até podem;
Por mim;
Ardeis nas esbeltas,
Nas profundas,
Nas chamas do Inferno;
Nossa comunhão é radiante,
Como toda a tua beleza,
Digna de um deus,
Ou de "Deus"!
E, então esse teu olhar?
Tão terno, meigo como o teu sorriso,
Nesses lábios emaranhados de paixão,
De amor, de carinho...
...na tua sensualidade,
Rastejo até ti, certo, e direitinho!
Até mesmo quando ouço a tua voz,
Quando penetras a rasgar,
Profunda no meu olhar!
Quando sinto a tua pele,
Ou simplesmente,
Quando me falávas ao telefone!
-"Amo-te, amo-te, amo-te...!
Amo-te, e quero-te para mim!...
Só para mim."
Perdoa-me ser egoísta,
Mas simplesmente, amas-me!
E, mais, que estámos sempre bem,
Sozinhos,
Sem ninguém,
Porque não os queremos,
Porque não precisámos de mais ninguém,
Para além de nós e o nosso amor!...;
Já que amigos, é para se foderem uns aos outros;
Ai meu amor;
E estamos tão bem sós!!
Podia o caos instalar-se à nossa volta,
Rebentar a terceira guerra mundial,
O mundo exterminar-se, ou...;
Até mesmo que o universo só acomulasse podridão,
E estourásse com um eterno BigBang...,
Mesmo para arruinar-se,...
De vez.
Pois seria tudo à nossa volta,
Sem que déssemos conta,
Que tal tivesse acontecido!
"Parce que Je t'aime!"
Porque minha alma,
E coração,
Só se conseguiram concentrar no nosso amor,
Na nossa paixão.
Na nossa luz divina,
Que nos ilumina e dá vida,
Porque somos únicos;
Um para o outro é a medida exacta!
Grande e infinito,
Ou quem sabe, grandes medidas,
À largura, à espessura, ao comprido...;
...e que sou porquito!
Ó meu amor,
Que sobrevoas genuinamente o nosso mundo,
Vem, dà-me a mão,
E canta comigo neste belo dia de sol,
Que brilha eterno como o nosso amor,
Esta nossa canção!
Pois, pura e bela és e serás,
Porque simplesmente;
Quem sabe?
Chegou ao fim,
Foi tudo em vão,
À excepção de nós,
Do nosso Amor!
Morreram corpos e almas,
Seres "humanos"; (quem sabe!?),
Animais;
E as pedras choraram,
E cantaram com o grupo coral grãos de areia,
Uma bela canção de amor só para nos dois!
Pelo nosso amor,
Por nós,
Por...
-"Ai! Ai! Desculpa mas amanhã ã mais, pois a fita da cassete, acabou!"
-continua...
(Ferreira Carlos - 2000)
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