Leitura das mãos

Éramos seis.

Mãos fortes, firmes e em certas horas, macias e delicadas.

Que gesticulavam teorias e expunham conteúdo, intelectualidade.

Que batiam na mesa pra pedir a “saideira” ou para chamar a atenção

Que se melecavam demais com manteiga de pipoca de cinema

Que apertavam com vontade braços fortes cheios de tesão

Que batiam palmas com fervor para coisa que achávamos o máximo e com menos força para aquilo que não era tão importante

Mãos vaidosas com unhas pintadas, cremes e anéis.

Foi chegando mais duas trêmulas, pequenas ...Mas que pegou firme e encantou outras duas e não quer nunca mais soltar.Mais duas chegaram e junto com a primavera , trouxeram alento as mãos que estavam tristes e solitárias e com o perfume de uma flor embebedou de tanta alegria .

As mãos frágeis e delicadas chegaram por ultimo, porque como um bom cavalheiro sabe que as damas vem primeiro e serão fortes o bastante pra defender as mãos de sua rainha .E que vai entrelaçar em outras mãos e como as outras passarão a tatear por vários caminhos e sensações maravilhosas.

Todas as mãos ficaram dadas e formaram uma ciranda de idéias.Mãos que afagam, que se sujam , que batem palminhas , mãos que chamam. Sendo seis que escrevem e seis importantíssimas que foram a circunstancia, que virou motivo, razão e inspiração, não só de escrever mas de viver.

Priscila Rezende
Enviado por Priscila Rezende em 24/02/2013
Código do texto: T4156583
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